Teoria
é a plataforma básica para os estudos biológicos
As
modificações que os seres vivos sofrem ao
longo dos anos são chamadas de evolução.
A ideia de que as espécies existentes hoje nem
sempre existiram. Essas espécies resultaram de
longo processo de mudanças que alteraram seus organismos
para melhor se adaptar ao ambiente e com isso dar origem
a novas gerações.
Mas
essa evolução não ocorre em um só
individuo. Para que ela seja útil, tem que ser
passada de uma geração para outra, se tornando
hereditária. E a evolução biológica
se refere a populações e mudanças
hereditárias que possam ser transmitidas as novas
gerações.
O
fixismo, proposto pelo naturalista Frances Georges Cuvier
(1769-1832) é a ideia de que os seres vivos são
fixos e imutáveis. Os seres vivos atuais sempre
existiram na Terra, desde a sua formação.
Foi aceito até o século XVIII, se fundamentado
na ideia da criação de um poder divino.
Mas a partir da metade do mesmo século, surgiu
a teoria evolucionista, que se opôs ao fixismo.
Muitas
hipóteses foram utilizadas para explicar o fixismo,
entre elas as de maiores destaque: geração
espontânea e criacionismo.
Proposta
por Aristóteles, a geração espontânea
é aquela que os seres vivos foram formados por
matéria não viva, como o pó. Já
formados, eles permaneceriam imutáveis, gerando
descendentes semelhantes em todas as gerações.
Já
o criacionismo, se baseia nos escritos bíblicos,
segundo os quais, Deus teria criado todas as espécies
com um único ato, descartando a possibilidade de
modificações evolutivas. Ganhou forças
nos últimos anos, com movimentos religiosos e críticas
ao evolucionismo, com discussões para que o criacionismo
seja ensinado, ou não, nas escolas de alguns países.
A Igreja Católica, já proclamou com o papa
João Paulo II, em 1996, que há compatibilidade
entre a evolução e a fé cristã.
O evolucionismo fundamenta-se em evidências que
demonstram modificações das espécies.
As evidências e testemunhos são de ciências
diversas e juntos se somam para provar o evolucionismo.
Destacando:
-
A existência de fósseis: Fósseis são
vestígios ou restos petrificados ou endurecidos
de seres vivos que habitaram a Terra e que se conservaram
naturalmente, sem perder suas características essenciais.
Junto
com a geologia histórica, a paleontologia faz um
estudo comparativo de fósseis encontrados em camadas
geológicas diferentes. Através desse processo
os paleontólogos têm a oportunidade de observar
modificações contínuas sofridas pelos
organismos vivos com o passar do tempo. É o caso
de fósseis que apresentam, ao mesmo tempo, características
comuns a espécies atualmente existentes.
-
Evidências embriológicas: Embriões
de animais diferentes podem apresentar grandes semelhanças
nas primeiras fases de seu desenvolvimento. Em embriões
de vertebrados tais semelhanças chegam a ser espantosas,
fato que levou no século 19, o biólogo alemão
Ernest Haekel a estabelecer uma Lei biogenética
fundamental. Esta lei foi reformulada, e garante que o
embrião de uma classe superior passa, na totalidade
ou em parte, por estados que reproduzem fases embrionárias
dos animais de classes sistematicamente inferiores.
A
lei proposta por Haekel é unilateral: embora no
desenvolvimento embrionário dos animais apareçam
formas que lembram seus ancestrais adultos também
se verifica o surgimento de estruturas que não
existiram em nenhum deles.
-
Órgãos homólogos: Órgãos
que possuem a mesma origem embrionária desempenham
funções diferentes. Sua existência
é explicada por divergência: estruturas originalmente
semelhante diferenciam-se para realizar funções
diferentes. Exemplo disso são os membros superiores
dos vertebrados, apesar de serem da mesma origem, desempenham
funções diferentes e compatíveis
com as necessidades dos seres em que se apresentam.
-
Órgãos análogos: Órgãos
de origens embrionárias diferentes, mas que desempenham
a mesma função. Com estruturas anatômicas
diferentes, não existe relação de
proximidade ou parentesco entre seus ancestrais. Asas
de aves e asas de insetos são exemplos de analogia
entre órgãos.
-
Órgãos vestigiais: São estruturas
rudimentares que não desempenham função
no organismo em que se encontram, mas são importantes
em outros seres. Sua mesma origem - homologia - pode revelar
parentesco entre seres diferentes e sugerir a existência
de um ancestral comum. O apêndice vermiforme é
um órgão vestigial no homem, que não
tem função. Entretanto, nos animais herbívoros,
o apêndice é bastante desenvolvido, nele
vivendo microrganismos responsáveis pela digestão
da celulose, principal fonte de energia de sua dieta.
-
Comparações entre proteínas: As proteínas
são macromoléculas compostas por longas
cadeias de aminoácidos. Embora existam na natureza
apenas vinte aminoácidos diferentes, nos seres
vivos a produção de proteínas em
cada organismo é coordenada pelo material genético
(DNA) que ordena os aminoácidos formando as grandes
moléculas protéicas.
Quanto
maior a proximidade evolutiva entre dois seres maior será
a semelhança entre suas proteínas. Assim
a molécula de hemoglobina (pigmento sanguíneo)
é formada pelos mesmos aminoácidos no homem
e no chimpanzé.
-
O conceito de adaptação: A distribuição
dos seres vivos nas várias regiões da Terra
não é aleatória, nenhum ser habita
certo lugar por acaso. Para sobreviver, este ser deve
possuir características que permitam a sua adaptação
ao meio em que vive, características herdadas de
seus ancestrais e que serão por ele transmitidas
aos seus descendentes.
Sendo assim, indivíduos de uma determinada população
herdam características que lhes são vantajosas
para a sua sobrevivência. Indivíduos portadores
de características vantajosas deixam mais descendentes
que outros e suas populações tendem a ser
majoritárias com o passar das gerações.
Podemos, então,
definir que a adaptação consiste na aquisição
de características que tornam um indivíduo
ou um grupo mais equipado para sobreviver e reproduzir-se
num determinado ambiente.
Exemplos:
as adaptações para a caça, verificadas
em animais carnívoros, como o tipo de presas e
a velocidade, plumagem ou pelagem de animais como adaptações
para aproximar-se de presas, fugir de predadores ou, ainda,
atrair parceiros sexuais; patas eficazes para a fuga em
alguns animais etc.
Natália Souza/Pick-upau
Do UOL