Darwin
terá uma festa em comemoração a seus
200 anos. Sua principal obra “A Origem das Espécies”
(1859) estará no centro das comemorações.
Esse livro é o divisor de águas do século
XX, considerada a principal ideia de ciência e história.
Será
lançado em Londres, um reedição ilustrada
por Damien Hirst, artista britânico contemporâneo.
E dará inicio a série de programações
que se estenderá até o final do ano. Em
Oxford, haverá um debate entre o evolucionista
Richard Dawkins e o bispo Richard Harries.
Novos
estudos mostram diversos aspectos da vida do naturalista.
Dois títulos se destacam: o primeiro é “Darwin's
Island - The Galapagos in the Garden of England"
(A ilha de Darwin - Galápagos no jardim da Inglaterra),
de Steve Jones. O geneticista mostra como passagens da
vida pessoal do cientista influenciaram suas idéias.
Por exemplo, Darwin casou-se com uma prima, com quem teve
dez filhos, alguns com sérios problemas de saúde.
A partir dessas tragédias familiares, o cientista
passou a refletir sobre a possibilidade de o cruzamento
sexual entre parentes gerar prole deficiente.
O
segundo é "Darwin's Sacred Cause - How a Hatred
of Slavery Shaped Darwin's Views on Human Evolution"
(A causa sagrada de Darwin - como o ódio à
escravidão moldou as ideias de Darwin sobre a evolução
humana). Nele, os historiadores da ciência Adrian
Desmond e James Moore ressaltam sua faceta abolicionista.
Nenhum dos dois livros tem previsão de edição
no Brasil.
Haverá
também exposições e painéis
em diversas universidades e cidades britânicas.
Bob Bloomfield, que comanda o projeto Darwin200, disse
que esses eventos irão privilegiar o legado científico
de Darwin, e num segundo plano o impacto que causou em
outras áreas.
"A
teoria da evolução provocou uma mudança
tão radical no pensamento humano que se expandiu
para as artes e outras áreas. Lastimável
que hoje tenha sido mal apropriada e usada como instrumento
em debates sobre moral filosófica, política
e religião", declarou.
Natália Souza/Pick-upau
Da Folha