A
mansão do biólogo inglês, Charles
Darwin, fica em Kent, sudeste da Inglaterra. Depois de
um tempo fechada para reforma, a casa será reaberta
com uma exposição permanente em homenagem
ao seu bicentenário. Os aposentos, a mobília
e alguns objetos estão conservados, o que torna
possível conhecer um pouco melhor o seu cotidiano.
A
casa de Darwin era um refúgio onde ele podia trabalhar
em paz. Possuía bastante espaço para a sua
grande família - Darwin teve dez filhos, sete dos
quais viveram até a idade adulta. Tamanha foi a
paz encontrada no lugar, que lá que escreveu “A
Origem das Espécies", publicado em 1859.
"Eu
acho que você pode ter uma grande percepção
da vida familiar (de Darwin) lá. Ele vivia e trabalhava
na casa e você pode imaginar o barulho que seus
filhos faziam. A casa deve ter sido muito viva de pessoas
e ideias", diz Sarah Darwin, bióloga do Museu
de História Natural de Londres e bisneta do cientista.
"Isto
coloca a casa como um dos mais importantes patrimônios
científicos do mundo", afirma o professor
Barry Cunliffe, diretor da English Heritage.
A exposição
sobre Darwin traz artefatos originais e recursos de multimídia.
Além
disso, há uma réplica em tamanho natural
da cabine que Darwin ocupou durante sua viagem no navio
Beagle.
No
piso térreo da casa, alguns aposentos mostram um
pouco da vida familiar da Darwin.
É
lá onde encontramos uma mesa de bilhar onde Darwin
jogava com o seu mordomo, e o serviço de jantar
que havia ganhado da sua mãe, Susannah Wedwgood.
Em
outra sala, tem o piano, onde Emma costumava tocar. Ela
e seus filhos tocavam músicas para as minhocas,
que ficavam nos vasos das plantas, a pedido do marido
para saber qual o efeito da musica nos anelídeos.
"Eu
acho que ter o campo literalmente atrás de sua
porta permitiu que ele analisasse as coisas (que ficavam
no jardim e na estufa). Darwin fez parte de uma grande
linha de naturalistas amadores ingleses", afirma
sua bisneta, Sarah Darwin.
"Nós
temos que encorajar os jovens a virem a esta casa. Você
não precisa ir a Galápagos ou à Amazônia
para encontrar coisas. Elas estão em nosso quintal",
diz.
"Nesta
exposição, temos objetos que ele coletou
durante a viagem no Beagle, a primeira edição
de A Origem das Espécies e até coisas pessoais,
como sua aliança de casamento", diz Jenny
Cousins, da English Heritage.
Natália Souza/Pick-upau
Da Globo/G1